Fiquei feliz ao saber que fora sorteado para escrever sobre Cristiane Oliveira Henriques. Veio à memória tanto empreendimento que esta profissional jornalista, designer gráfica e pesquisadora realizou em Sinop.
Ela ocupa a cadeira de número 11 da Academia Sinopense de Ciências e Letras, cujo patrono é o imortal Machado de Assis.
Quando foi realizada a primeira posse solene da nossa Academia, em 23/07/14, Cristiane era assessora de imprensa do SINDUSMAD (Sindicato dos Madeireiros) e conseguiu o salão nobre da instituição para o memorável evento. Os que estiveram presentes no dia, que confirmem o capricho, o glamour, o requinte de cada detalhe da programação.
Ainda antes em 2008 quando despertava a Academia, Cristiane atuava junto à querida falecida Viviane Maria Dal Berto e elaborou nosso logotipo e outros serviços como designer gráfica. Logo em seguida, quando lançávamos a primeira revista da ASCL, ela estava à disposição para tudo o que fosse preciso.
A partir de 2021, época totalmente atípica, por causa da pandemia, junto com o presidente Alex Aleluia e sua equipe, assumiu a vice-presidência. Quando entramos na nova sala, logo percebemos a mão mágica dela nos detalhes “cada coisa em seu lugar” como dizia Bandeira no poema Consoada. E mesmo com as dificuldades que a pandemia impunha, foram feitos muitos trabalhos on line e lançados excelentes livros.
Cristiane hoje é conhecida a nível de Mato Grosso e Brasil. Seus trabalhos vão além da atuação como imortal da Academia. Seu trabalho junto aos madeireiros da região, foi extraordinário. Num tempo em que Sinop era a Capital Nacional da Madeira e tinha centenas de serrarias, ela fez um trabalho de pesquisa, publicando o livro “A Saga dos Guardiões da Floresta”. O lançamento da obra foi solene com exposição no SINDUSMAD/Sinop. Fique claro que o trabalho dos madeireiros não era considerado de devastação da mata, tinha-se como lema: “Conviver em harmonia com a floresta”. Os governos militares da época colocavam como lema: “Integrar para não entregar”. Foi neste período que se levou a sério também de construir a Transamazônica.
O setor madeireiro foi, sem dúvida, responsável para evitar o êxodo que ameaçava a região na grande chuvarada ou com problemas de agricultura sem sucesso surgidos.
Em 2019, Cristiane lançou outra excelente obra: O histórico do SIMNO, Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras de Noroeste de Mato Grosso, com o título de “30 anos de Responsabilidade, Respeito, Tradição e Sustentabilidade.” Este sindicato engloba muitos municípios da Região amazônica. A proposta era ter “responsabilidade, tradição e sustentabilidade” no manejo da floresta. A jornalista percorreu nada menos de quarenta e duas cidades, colhendo dados e fazendo e achando fotografias altamente ilustrativas. O livro resgata trinta anos de trabalhos exaustivos.
É preciso lembrar, que na fundação das cidades deste norte-mato-grossense, as serrarias serviam para escolas, salas de vacinação e mesmo estavam disponíveis para cultos religiosos.
Foram ministrados cursos diversos no sindicato e em outros locais pela jornalista, até recentemente ela apresentou interessante curso na FAMEDE (Faculdade da Melhor Idade), resgatando a luta dos madeireiros da região.
Historicamente o Oeste do Brasil ficou “deitado em berço esplêndido” durante anos . Já no governo de Vargas se tentou alguma coisa com o título de “Marcha para o Oeste”. Contudo, só recentemente, com a fundação das novas colonizações em Mato Grosso e depois no Pará, o interior do Brasil foi densamente povoado e passou a produzir muita riqueza. A partir dos anos oitenta, o Governo Federal dirigiu as ondas da Rádio Nacional da Amazônia para a região. Sempre estiveram na vanguarda da luta os madeireiros para conseguir energia elétrica, primeiramente a motor e depois definitiva, assim cimo aeroporto e mesmo o asfalto.
Outro trabalho memorável da nossa jornalista é um histórico da imprensa no Estado de Mato Grosso. É um trabalho de fôlego, que não se destina somente ao Norte de Mato Grosso, mas a todo o território estadual.
A correção gramatical e o estilo fluente e enxuto são característica da imortal Cristiane Oliveira Henriques.
Por tudo o que fez e que ainda faz, Cristina recebeu o título de CIDADÃ SINOPENSE DE MÉRITO.
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